sábado, 14 de janeiro de 2012

Sentimentos do ano de 2011.

Há dias que venho fazendo uma avaliação do ano escolar de 2011. Reli algumas anotações nas agendas, os doc arquivados no pc, olhei fotos, li criticas e estratégias utilizadas durante o ano letivo...
Deparei-me com um turbilhão de emoções, quando vi o quanto meus colegas e eu produzimos em nossa escola, quanto conhecimento foram construídos, quantas emoções foram vividas, quantas dúvidas e angústias foram vividas. Muitas vitórias, muitas decepções e muitos erros... Mas como diz Jussara Hoffmann, “ são com os erros e pelos erros que a aprendizagem acontece...”
O ano de 201, foi de muita papelada, muita burocracia, que às vezes foram inúteis... Um trabalho exaustivo...
Mas abateu sobre mim um vazio enorme quando lembrei as avaliações. A pressão pelo número de aprovados, a insatisfação dos professores por quererem notas elevadas, inúmeras discussões sobre o que se deve levar em consideração para aprovação, o que é melhor, reprovar ou aprovar...
Uma verdadeira aflição, pois cada um tem seus conceitos e lutam por eles, alguns professores insatisfeitos pois não conseguiram ministrar todos os conteúdos programados e seus alunos não se sentiram motivados, suas famílias não se importaram o ano inteiro com o rendimento de seu filho, mas vai desejar a aprovação.
Quando me deparei com essa minha auto avaliação, percebi o quanto a aprendizagem está em segundo plano e isso me causou uma enorme tristeza, pois a escola cada vez mais se torna para a sociedade tem um lugar de transmissão de conteúdos, de cuidar das crianças e adolescentes, de assistencialismo, de divulgação de assuntos sociais.
Não tem espaço para o brincar, para se fazer amigos, para trocar experiências, ou fazer experiências, de potencializar cada aprendizado. Não se tem tempo para potencializar a capacidade especial de cada educando, pois as salas estão abarrotadas de crianças, com inúmeros problemas sociais, que a escola muitas vezes é que vai tentar resolver. Então no lugar de experimentar a beleza da construção do conhecimento, ficamos, nós professores, correndo contra o tempo, lutando para ajudar nossos alunos a resolver problemas domésticos, ou até mesmo dando-lhes o que comer; lutando para conseguir uma consulta médica pelo SUS, pois enxergamos as necessidades e a família se desanima quando após várias tentativas frustradas em postos ou hospitais públicos não são atendidas. Todos os problemas sociais “caíram” para dentro da escola, nas mãos dos educadores para serem resolvidos...
E a resposta é a insatisfação dos professores, da frustação dos alunos que reprovam e Mantenedoras que querem números de aprovação altos, para promoções políticas...
Mas encaro esse cenário como passageiro, pois tenho sempre esperança em dias melhores!!!
Espero que esse ano, possamos trabalhar pelo aprendizado, não o de número enorme de conteúdos, mas de vidas, de experiências e vivências significativas. Espero que as redes sociais atuem em parceria e consonância; que a escola não seja palco de violência, nem de politicagem.
Como dizia nosso Mestre Paulo Freire, “Escola é o lugar que se faz amigos.
Não se trata só de prédios, salas, quadros.
Programas, horários, conceitos...
Escola é sobretudo, gente
Gente que trabalha, que estuda
Que alegra, se conhece, se estima...”

Nenhum comentário:

Postar um comentário