quarta-feira, 23 de julho de 2014

A Necessidade da mudança na Educação Brasileira

O Conjunto da Educação Básica no Brasil nas últimas décadas, fez consideráveis avanços na educação básica, sendo o mais importante deles a universalização do acesso. Entretanto, imensos desafios ainda continuam para a sociedade no comovente cenário da educação das crianças. Entre eles, o maior desafio é, sem sombra de dúvida, a melhoria da qualidade da educação básica pública. Em pleno século 21, oferecemos um dos piores sistemas de ensino do mundo às crianças: • Apenas 11% dos alunos do 3º ano do Ensino Médio sabem o conteúdo esperado de Matemática, e 28,9%, o de Língua Portuguesa (Todos pela Educação/SAEB/09). • Pontuamos, dentre os 65 países que participaram do PISA 2009, entre os piores países do mundo quando se trata de educação básica: 57º em Matemática, 53º em Leitura e 53º em Ciências. (PISA − Programa Internacional de Avaliação de Estudantes - 2009). • 49,8% dos jovens brasileiros de 19 anos não conseguiram concluir o Ensino Médio (Todos Pela Educação/PNAD/IBGE 09). Dos que conseguem concluir, cerca de 10% apresentam um desempenho considerado adequado ao término da sua série. • 36,6% dos jovens de 16 anos não terminaram o ensino fundamental (até o 9º ano PNAD-2009). • Apenas 14,4% dos nossos jovens de 18 a 24 anos frequentam o ensino superior (PNAD-2009). • 74% da população brasileira não conseguem entender um texto simples (INAF, Indicador de Analfabetismo Funcional - Instituto Paulo Montenegro). Os números são alarmantes e levam à triste conclusão de que, há gerações, estamos apartando da sociedade dezenas de milhões de crianças e jovens brasileiros. A educação de baixa qualidade é tida como a principal causa do alto grau de violência, baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e já reflete na estrutural falta de profissionais qualificados necessários para podermos trilhar o caminho do aumento sustentável de longo prazo. Não conseguindo alcançar as metas previstas pelo Plano Mundial de Educação em Direitos Humanos. Mais grave ainda, do ponto de vista humano, é não ajustar a milhões de crianças e adolescentes a chance de maximizar o seu potencial, submetendo-os à marginalidade, ao subempregos ou a trabalhos manuais de pouco valor acrescentado, sem lhes dar oportunidade de mobilidade profissional ou social. É de consenso entre os estudiosos em educação pública de que a preferência absoluta da educação brasileira deve ser a qualidade da aprendizagem nas séries iniciais. Trata-se do investimento mais eficiente, ou seja, para ser competente em termos de efeitos apurados, deverá formar os pilares de uma melhor formação de mão de obra, mobilidade social, redução de criminalidade etc. As melhorias concedidas nos últimos anos pelos governos federal, estaduais e municipais se apresentam tímidas e de caráter “evolutivo”, ou seja, consideram ações que visam melhorar o sistema existente de forma gradual, sob domino às “realidades” político-partidárias, corporativas e orçamentárias. É necessário muito mais que um plano de respeito aos Direitos Humanos, sendo que o principal é a igualdade e o desenvolvimentos social, e que não estamos conseguindo alcançar, pois colocamos todas as crianças e adolescentes para dentro da escola e não dispusemos de infraestrutura para lidar com as diferenças e oferecer para uma geração tão diferenciada, pela disponibilidade virtual, uma educação também diferenciada. Os planos de ensino (PCNs), apresentam a necessidade de trabalhar todos os PAEH, porém nem sempre a escola dá conta de trabalhar afino essas ideias. Para acontecer uma “transformação” consiste em uma ampla mobilização da sociedade em torno do problema da qualidade da educação básica. Só com a liderança dos novos governantes e participação de todos os setores da sociedade teremos a capacidade para superar os desafios. Esse objetivo, por sua vez, deve ser viabilizado mediante um audacioso Plano multipartidário e plurianual de modificação, que ultrapasse as tradicionais limitações de mandatos, esferas governamentais e alianças políticas, seguido diretamente pelo Presidente da República junto a um Comitê de Acompanhamento da Reforma Educacional. Então esse plano deverá ser orientado para seis macrotemas fundamentais, sugeridos como as ações de maior impacto a serem realizadas nos próximos anos: 1. Reestruturação da formação e da carreira do magistério; 2. Fortalecimento da liderança e da capacidade de gestão nas escolas; 3. Reforma da estrutura da escola e novos sistemas de ensino; 4. Reforma do Ensino Médio; 5. Criação de um currículo mínimo nacional e aperfeiçoamento das avaliações; 6. Reforço das políticas de investimento. É encargo das lideranças políticas mobilizarem e unir, com apoio de setores da sociedade, a população em volta desse tema e colocar um amplo pacto para afrontarmos com coragem o desafio que se coloca ao Brasil, quebrando paradigmas e superando obstáculos de difícil adaptação política.   Referencias bibliográficas STOLTZ, Sheila e Marisa Pires. Plano Mundial de Educação em Direitos Humanos, sob referência ALTO COMISSARIADO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA OS DIREITOS HUMANOS E PARA A ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, A CIÊNCIA E A CULTURA. Plano de Ação em EDH (PAEDH). New York e Genebra, 2006. Instituto Paulo Montenegro, 2009. Em site: http://www.ipm.org.br/ipmb_pagina.php?mpg=4.02.00.00.00&ver=por, acesso em julho de 2014.

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